Quinta-feira, 7 de Fevereiro de 2008
Santiago II

 

A história que aqui vou contar sobre o Santiago vai ser de alguns momentos da sua vida, algumas características suas, vou falar do presente e recuar por vezes ao passado, sem nunca seguir uma ordem cronológica.

 

Santiago sempre foi um miúdo sensível , o seu olhar era diferente, tinha expressão, atenção , tinha e tem um olhar cheio. Ele olha porque quer ver,descobrir,entender,admirar,fitar e participar.

Recuando um pouco no tempo, Santiago tinha 6 anos quando pela primeira vez sentiu a falta de não ter o pai na sua vida. Foi quando iniciou a escola primária em que algumas perguntas de rotina se tinha que responder, nome, idade e profissão dos pais...

Ficou triste pois não sabia nada do seu pai, apenas nome e idade e que tinha sido um covarde que fugiu de casa, escondido , abandonou dessa forma a mulher e os dois filhos, tinha Santiago apenas uma semana de existência neste mundo. Nunca o viu, apenas fotos. Não sentiu falta desse amor, foi bem ultrapassado pelo amor da mãe e dos seus avós maternos, que até hoje os venera. Os avós de Santiago sempre foram e continuam a ser os seus verdadeiros pais, pelo amor,dedicação,educação,presença que lhe fizeram até hoje. Mas mesmo assim durante muitos anos sempre imaginou como seria ter conhecido, ter vivido com o pai, só não sabe é se iria ser mais feliz do que foi e esta é sempre a sua duvida. Não troca a certeza de todo o amor que teve, de todos os bons momentos de felicidade pela incógnita do que seria o amor do pai. Hoje Santiago vive bem com isso, com o facto de nunca ter tido o seu pai por perto. Aliás ele chegou a conhece-lo, mas isso fica para outro dia.

 

Para o Pai do Santigo

 

"Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair."

 

                Carlos Drummond de Andrade

O que ouço: Maria Callas
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publicado por carlos às 15:56
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4 comentários:
De Raquel a 8 de Fevereiro de 2008 às 16:41
Cresci sem pai, mas a minha mãe nunca me faltou com carinho.
Beijinhos
De carlos a 8 de Fevereiro de 2008 às 17:20
olá Raquel, pois o mesmo aconteceu ao Santiago, a mãe e os avós deram-lhe todo o amor possivel.
Beijinho

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